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pressão socioeconômica

analisar o impacto da valorização do bairro e da cidade no tempo, mediante observação temporal das alterações nos valores do metro quadrado nos bairros do entorno

Mariquinhas

Não, não trouxe não [impacto do Shopping Estação na região]. O shopping também não tá aquele movimento todo. Meu comércio não tá bom também. Então, você vai lá no shopping passear agora tem 10 dentro da loja todo mundo, e a despesa é cara. Eu tenho um primo, ele paga 12 mil de aluguel, mexe com chave lá. Se colocar aluguel, água, luz, condomínio, tudo, a despesa dele é 12 mil, mas é um lugar que dá para investir, porque ele tem os maquinários mais sofisticado, ele vai fazer uma chave lá, igual eu preciso fazer uma chave codificada vou lá e faço. Custa R$ 1200, R$ 500, R$ 300. Enquanto que aqui eu faço chave de R$ 5,00, R$ 20. Mas assim, aparece, mas eu não vou fazer um investimento aqui alto, porque vai demorar demais para mim poder pegar o que eu investi. Então, pra mim, do jeito que está aqui, pra mim tá bom. Aí algumas coisas que eu não consigo resolver aqui, eu posso ir lá e resolver, porque lá tem os maquinários. Mas para investimento não é bom, para mim chegar e fazer um investimento de 30, 40, 50 mil no momento para mim não.
Carlos Alberto
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Eu imagino a respeito do Estação... Não, empreedimento não. Aqui geralmente cada um para si e Deus para todos. Porque eu vejo que cada um tá procurando alguma coisinha dentro de casa nem que for para vender chup-chup. Questão de investimento, emprego aqui... igual a padaria ali emprega 25 pessoas, o açougue ali tem uns três, o Supermercado Líder tem uns quatro. Então isso aí é uma coisa relativa entendeu?
Carlos Alberto
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Mas tem muito lugarzinho que tem umas casas bacanas, tem pessoas que fazem um "predinho" de 4 a 5 andares aí, faz aquele monte de apartamentos para alugar. E também pessoas que chegou aqui com bairro começando. Aí era um outro padrão de vida, agora... entendeu?
Carlos Alberto
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Depois desse Shopping Estação aí, o bairro cresceu, valorizou mais. Às vezes, um imóvel ali no Mariquinhas que você chegava e comprava um negócio baratinho por dez mil reais de vinte mil reais na época, você chega ele é cem mil, cento e cinquenta mil, um barraquinho, entendeu? Então, vem ali agora aquela Catedral que vem fazendo ali, as coisas vão encaminhando. Igual eu te falei: quando mudei para o Fernão Dias, não tinha o Minas Shopping. Eu andava uma distância longe para mim pegar água para beber, para levar roupa para lavar, para voltar para casa aí depois vem a estrutura, o Minas Shopping. E aí vai chegar uma hora que o padrão de vida, e o pessoal que daí, às vezes, pessoas de fora vem chegando. Quem tá dentro tem que sair. Você tem vender. Como é que eu vou competir ficar no lugar que o imposto vai ficar caro, IPTU e tudo fica caro. Por que vem pessoas de outro nível de vida financeira melhor aí o cara chega do lado da minha casa me faz três andar e cinco carros na garagem importado. Como é que eu vou ficar com barracãozinho do lado? Se ele pagar lá 15 mil de IPTU igual a gente tá vendo essas pouca vergonha aí, eu vou pagar 15 mil do mesmo jeito em dois cômodo e um banheiro. A diferença que eu vou ter um barraco quebrado e o do cara vai ser bacana.
Carlos Alberto
Tem pessoas aqui no bairro com um poder mais aquisitivo melhor, que já mora aqui no bairro há muitos anos, que conseguiu ter uma casinha boa alí, mais três ou quatro aluguelzinho para poder sobreviver. Mas também é tudo na dificuldade, não foi nada fácil. Porque se for olhar daqui 30 anos atrás, as condições eram outras. Você tinha uma remuneração melhor. Então, eu não conseguia fazer uma casa boa ali, conseguia ter mais uns dois alugueis para mim pensar na minha aposentadoria. Então, o pessoal aí é o pessoal mais antigo. Então fizeram algumas coisas bacanas aí e estão de parabéns.
Carlos Alberto
Sim, eu conheci muitas pessoas que às vezes muda por condições de a pessoa tá pagando aluguel, então a pessoa não fica com aquela moradia fixa, aí vai ficando ali aí já não dá aí talvez ele arruma outro bairro para morar, encontra um aluguel mais em conta fica mais próximo de parente também, mais assim, mas fora isso nunca teve assim aquela questão da pessoa tá mudando porque foi obrigada a mudar. Nunca cheguei presenciar isso não
Carlos Alberto
Igual eu tô te falando, no final da rua do Posto que é uma rua principal, onde que tem uma unidade de saúde, 100 metros de rua. A pessoa com a casa lá que você chegar ali dá um milhão na casa, eu sei que o cara não vai vender, porque vale mais.
Carlos Alberto
Mas se você for aqui no Etelvino, no Jaqueline, com moradias boas, lugares bons que eu tenho, aqui em frente o posto de saúde, ali de 150 metros de rua que tem um condomínio fechado, tem moradores de alto padrão aquisitivo e estão do lado do posto de saúde: 150 metros.
Carlos Alberto
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Eles mexem as vezes mais, a gente vê assim a casa tá baixa. O cara põe outro andar. Porque os lotes aqui na região tá praticamente tudo construído, quase não vi lote vago não.
Cândido Duarte
Ah, em termos de estrutura evoluiu muito. Agora expandir o bairro... praticamente não.
Cândido Duarte
Eu gostei mais daqui do que de lá. Eu adquiri a casa aqui e vim pra cá.
Cândido Duarte
Uai, está crescendo com a nossa chegada aqui. A nossa chegada fez melhoria no bairro, porque o povo lá do outro lado não tinha nem rede de esgoto, usava fossa. Então a nossa chegada trouxe melhoria. Apesar de que eles acharam ruim que nós chegamos aqui...
Sônia Rock Guerra
Por ameaça ou insegurança não [motivos para sair do bairro]. não conheço ninguém que passou por isso não... Agora questão de um lugar melhor pra se viver sim. Por questão financeira. tem bairros próximos aqui que tem um aluguel mais em conta.
Isac Cabral
Olha, falando de crescimento no sentido de valorização do nosso espaço, da nossa casa, cresceu um pouco, mas o conflito não vai ser o shopping. Eu tento falar e o povo não tenta entender, porque o problema daquele Shopping foi um avanço que nós tivemos, só que eu acho que a arquitetura dele foi mal projetado. Quando aquele shopping começou, tinha uma empresa lá por nome Beter, inclusive eu conheci todos os engenheiros dela. Então ela até aterrou um espaço aqui com um concreto que foi feito, só que em frente à ele vai fazer, está fazendo, a Catedral Cristo Rei, que nós aqui, eu tenho ciência porque eu trabalho e ajudo a arquidiocese voluntariamente sobre a Pastoral, então a gente vê sobre o que que tá acontecendo sobre em comum um todo. Ali vai virar uma Aparecida do Norte, quase ninguém tem ciência disso.
Carlos
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Quando começou o loteamento os lotes eram muito grandes. O lote do meu pai aqui é isso tudo aqui, hoje não vende mais lote assim. Era chácara mesmo, não era terreno. No Etelvina Carneiro é assim, são casas grandes com lotes grandes. São as melhores. Pra cá, aqui pra cima, são casas menores e lotes menores.
Isac Cabral
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Aqui era um loteamento grande né, até era vendido como chácara. Meu pai ficou sabendo que tinha uma chácara aqui com um preço acessível e veio com a primeira esposa dele. Eu sou filho do segundo casamento. Comprou esse lote grande ai e nós estamos aqui até hoje. Isso a mais de trinta anos atrás.
Isac Cabral
Que vão peregrinar pra cá, o Brasil todo, porque vai ser a maior Catedral da América Latina, ou seja Aparecida do Norte ela tem como a Nossa Senhora da Aparecida os Romeiros que vão lá, mas essa Catedral, por ser a maior, e que o Papa vai abençoar no dia da inauguração, ela vai ter um conflito, então as pessoas já vão participar de quê, de caçar espaços para comprar perto, de tentar tirar o pobre do seu espaço e se ele não tiver conhecimento ele vai vender para um Rico, né, que às vezes vai fazer da favela um comércio, então isso tudo é um conflito. Eu acho e vejo isso como um avanço, mas um avanço na cabeça que eu tenho, de não deixar entrarem de uma forma comercial dentro de um lugar que a gente sofreu tanto para adquirir. Então eu tenho isso como um avanço, os dois itens, o shopping e também essa Catedral Cristo Rei.
Carlos
Ah mas aqui é o que mais tem. eu conheço ninguém não, o pessoal muda as vezes por causa do aluguel.
Elisete Duarte

vulnerabilidade

analisar o quadro de vulnerabilidade informacional (acesso à informação), programática (acesso aos serviços urbanos do Estado) e prática (ser capaz de pensar e agir) no qual os moradores se inserem ao enfrentar eventos adversos.

Mariquinhas

quando eu tenho que resolver alguma coisa, eu vou em Venda Nova.
Maria Ilsa
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E a infraestrutura é ruim, não tem assim um lazer para as crianças, um esporte. Inclusive tem ali uma creche comunitária que eles falam que é comunitária, tem uma presidência que a gente não conhece, que é um lugar que fica fechado que os meninos não estão ali na disponibilidade para tá fazendo trabalho de escola tendo um reforço escolar.
Carlos Alberto
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Com a precariedade que eu vejo aí, é as possibilidades do presidente da associação do Vila Mariquinhas e parceria como ele fala que tem as parcerias mas eu não vejo projeto dele em andamento, entendeu? Agora pouco mesmo vem fazendo uma quadra que não vai ser utilizada sendo que uma verba que a gente está gastando ali poderia investir em outra coisa: no saneamento, que tem pessoas dentro da Vila Mariquinhas que abre a porta da cozinha tem um esgoto a céu aberto a porta.
Carlos Alberto
Falta de interesse político, entendeu? Se tivesse interesse político, se tivesse alguém empenhado nisso para poder estar ajudando a somar, entendeu? Mas para atrapalhar tem bastante, entendeu?
Carlos Alberto
O que eu vejo aqui a falta de saneamento básico, esporte e lazer, entendeu? Eu, às vezes, tiro aqui, eu somo aqui com os comerciantes, nos supermercado tudo, pedindo uma arrecadação para sempre tá fazendo evento das crianças, alugo uns brinquedos, coloco. Sempre tô fazendo, mas geralmente eu faço todo dia das crianças, no 12 de outubro, entendeu?
Carlos Alberto
O governo não me dá, o prefeito não me dá, o Vereador não me dá, o deputado não me dá. Então tô fazendo por minha conta com recurso aqui dos comerciantes que sempre são solidários, tá me ajudando nesse projeto que eu fui fazendo aqui na Vila Mariquinhas.
Carlos Alberto
Eu conheço as estruturas, trabalhei com isso, mas aí 100 metros e o cara não tem água, não tem luz. O cara tem uma piscina boa na casa dela. Eu falo, porque eu entro na casa do pessoal, mexo com comércio então a gente vê as coisas. E o cara não tem 100 metros de asfalto pro cara entrar na casa dele, ai ele tava lá todo buracado, não tem um padrão de água, não tem uma padrão de luz. Então vai recorrer a quem, entendeu? O famoso gato. Eu acho que é uma coisa: que o ministério público não podia nem querer cobrar um cidadão desse, porque falta atenção da Copasa e da Cemig... Se a COPASA e a Cemig não atende, a gente tá numa metrópole aqui, não é interior. No interior, você passa sem luz, vai no Rio buscar. Mas eu tô na cidade, eu não vou fazer uma casa boa e vou ficar no escuro sem água.
Carlos Alberto
A pessoa não tem água, não tem luz, mas tem, porque você vai ter que fazer clandestino. Porque a partir do momento que eu tô aqui, todo mundo tá ligando poste, se eu não for ali ligar uma luz, do que adianta? Como vou residir com a minha família sem água e sem luz? Se todo mundo tá usando, a gente tá usando. Eu não conformo de falar que o cara tá furtando a energia, o cara tá furtando uma água. Mas porquê que a pessoa tá usando? Porque a COPASA não foi lá legalizar, a Cemig não foi lá legalizar. Então, a partir do que não legalizou, igual o condomínio fechado e pessoas de alto padrão tem que fazer lá no poste, pagar alguém para subir, que eu não vou subir. Então, você vai ter que pagar alguém para ir lá subir, vai pagar para ligar uma água porque não tem.
Carlos Alberto
Venda Nova [aonde vai para "resolver as coisas"]
Cândido Duarte
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Sim [se sente seguro no bairro], antes a gente tinha.. igual eu falei, eu tenho três filhos... se eu tivesse pegado o terreno dessa rua pra lá, eu não tava aqui mais... Mas igual te falei antes aqui era uma época que aqui, Zilah, Palmital, eles matavam 4 e deixavam uns 3 amarrados pro outro dia.
Cândido Duarte
Há uns tempos atrás os meninos quebravam as luzes, mas agora não. Acho que desistiram. Quebra um, eles vêm e põe outra. Eles foram vencidos pelo cansaço.
Cândido Duarte
Pra mim tanto faz, mas se eu pudesse mudar isso, eu mudava. Porque uma rua muito congestionada é muito ruim. É moto, é carro. Se vocês ficarem aqui por volta das 17hrs, meu Deus do céu, 17h/18h é carro demais aqui. Mas fazer o quê, essa é uma coisa que não tem jeito.
Cândido Duarte
Agora não, tranquilo. Eu ando aqui a qualquer hora da noite, tenho amigo aí pra dentro e a gente
Cândido Duarte
Quer dizer, a coisa mudou muito, melhorou.
Cândido Duarte
É calmo até demais, precisava ser tão calmo assim não.
Cândido Duarte
Nada [lazer]. Nem para as crianças, porque o parquinho que tem aqui é no meio da boca. Às vezes você quer levar seu filho em um parque, em uma pracinha cheio de?, ir no shopping para você ser assaltado! Em qualquer lugar que você estiver eles te roubam, até no sinal os caras roubam. Com certeza [sofre com violência], de pessoas de fora. Sim, eles sai de outros lugares para fazer coisas erradas aqui.
Raiza Carolyne Barbosa de Almeida
Não, eu acho aqui tranquilo. Bem tranquilo na verdade em comparação ao bairro onde eu morava.
Vinicius Bruno da Silva
Olha, eu acho aqui tranquilo pra quem é morado
Rosângela Rosa Pereira
Coisas para os jovens. Aqui não tem muito. A não ser quando chegam movimentos religiosos. Mas falta sim atividades para nós aqui.
Marcos Rafael Roque Guerra
Quando eu entrei para reivindicação de moradia na década de 1988, né, a gente, lutando naquela época, porque não existe as leis de uso e ocupação. Antigamente faziam moradia totalmente oposta de hoje. Hoje quem tem consciência de moradia luta pelas leis, porque se você ocupar terrenos você sofre duas vezes: uma porque uma hora o poder público te tira, a infraestrutura e o progresso passam, então te dá um retorno que você tem de direito, e com a Pastoral a gente entra no direito, né, o direito à moradia digna. Então nessa época que a gente, que eu estava militando junto com sem casa, que a Pastoral dos em casa é antiga, a gente viu que o povo, hoje, ele é muito, vamos se dizer assim, desde aquela época que eu entrei até hoje, eles são muito manipulados por uma mídia, eles não estudam o que é lei de uso e ocupação do solo, eles não estudam o plano diretor do município, eles não querem saber, querem saber é de morar.
Carlos
Olha, teve bem melhor, sobre a influência de respeito sobre vizinho, sobre conversar com pessoas, sobre a gente interagir o coletivo, teve muito mais. Mas nós estamos no século XXI, no qual que todas as pessoas estão as vezes sofrendo e não estão falando com ninguém. Os meios eletrônicos acabaram com muita irmandade, com muito conversar, então hoje eu tento ao máximo a fazer a união do bairro com todos os credos, né, com todas as pessoas, mas é muito difícil, por que? As pessoas que que hoje vivem, ela vive num mundo ilusório, de mundo cibernético de internet, de tudo, que às vezes ela quer mostrar para a outra pessoa uma coisa que de fato ela não é, e ali já se torna um conflito, burro, conflito, mas é um burro conflito, por que? Porque se a gente conscientizar do jeito que a gente era uma família na antiga, quando a gente reivindicou, era todo mundo no coletivo, se sofresse um sofria todos, se comesse um comia todos, hoje a independência de cada um parte dele, então é difícil sobre irmandade hoje, o povo ta muito descrente de muita coisa.
Carlos
Para vocês terem uma ideia o que que é, essa área nossa é o AEIS, áreas de interesse social, a AEIS, quando ela foi feita aqui, essa fazenda era zona de preservação ambiental permanente, pra nós reivindicarmos como Pastoral e como reivindicadores que somos, nós temos que entrar dentro das políticas urbanas, aí a gente faz a votação que tem área empresarial, tem área comercial, tem área do povo, né, tem a área dos grupos, então quando parte disso é que é feito um coletivo de votação, mas que, quando a gente, há pouco tempo atrás, uns dois meses atrás, eles soltaram na mídia assim, ?os vereadores estão fazendo mais um imposto no município?, que é a outorga onerosa, pra um menos favorecido que escuta aquilo, acha que os cara tá fazendo isso mesmo, mas quem pagou aquela mídia foi a especulação imobiliária, pra colocar na cabeça do pobre que tá pagando imposto, mas quem tá pagando imposto de fato é a especulação que faz prédios, a atenda direcional, elas que vão parar, porque tem que pagar um fundo para fazer moradia para pobre, e o rico não quer fazer isso, ele quer que o pobre se lasque, a realidade é essa, e eu falei isso ontem, nós do Brasil não precisamos mais de leis.
Carlos
"Es" fica ali muito pra mexe com droga, ai lá vende. Fica na esquina, da minha casa da pra vê. É tranquilo, es não mexe com ninguém, ninguém mexe com es não, es mexe com os trem deles pra lá. Tranquilo! ninguém incomoda com ninguém. A gente não pode é incomoda com a vida dos outro né. O resto é tudo tranquilo.
Elisete Duarte
Não, não, em momento nenhum [sente insegura no bairro].... As vezes abordagem de polícia né, que a gente fica meio apreensivo, porque, não todos, não vamos generalizar, mas tem muitos que eles, não sabem diferenciar, né, quando que é morador, o que é trabalhador ou não, a abordagem as vezes né, igual acontece, a gente vê isso ai, natural. As vezes tá passando uma pessoa ali que teria que ser abordada, tá passando batido e eles tão pegando morador, trabalhador, então tem certas coisas que realmente, a gente fica um pouco meio temido.
Shirley
É. Por que isso ai é trabalho deles, a gente reconhece que é o trabalho deles e o direito deles, mas tem certo abuso, tem alguns que realmente tem um abuso sim, de autoridade né, que as vezes até aqui em casa você vê, o que você vê demais aqui? Eu tenho os meus meninos, meu menino estuda, trabalha, eu tenho minha neta, um tempo atrás aqui chegaram e foram invadindo a minha casa... É, porque assim, aqui não tem janela né, então minha porta é sempre aberta, aí alguém correu, não sei, vieram da rua, vieram lá de cima. Eles entraram aqui e eu tava no último quarto com a minha netinha, você vê o susto que nós tomamos, só porque, já chegaram, porque como a rua da volta tem saída, pra eles, pro portão tá aberto, a pessoa que tava correndo, que vieram da rua, sabe Deus de onde, veio e entrou aqui pra dentro de casa, então chegaram num extremo que vou falar pra vocês Eu, por ter pressão alta, já tive AVC e tudo, foi na época eu realmente passei mal. Não sô, acabou de entrar, a saída tem ali é o banheiro, uns quartos, 3 quartos que vocês estão vendo ai.
Shirley
E que luta, menina, que luta que foi. E aí pra você ver, aqui ó, você vê que a casa ainda tá em obra, por que, a prefeitura tirou a metade da casa. Essa casa ia até lá na frente, aquela dali também. AÍ pediram pra gente não investir muito, não mexer muito por que eles também não querem pagar muito, não paga o valor que você gasta na casa não. Então paramos, que já era pra ter terminado a casa, já era pra bater laje, mas até esse ano ainda com fé em deus eu vou bater minha laje e vou subir. Eu não posso ficar por conta deles esperando o que que eles vão decidir. Por que na realidade essa rua era pra dar continuidade lá em baixo depois das árvores, mas ai algumas casas aqui foram pra justiça, então não deu continuidade, então eles pediram pra não estar mexendo, então a gente fica aqui, quietinho.
Shirley
Ah, eu diria que falta um parquinho para as crianças. Além disso, o que tem não se encontra numa boa localização, já que fica perto das bocas de fumo.
Rosângela Rosa Pereira
Aqui onde estamos localizados, dentro do Mariquinha, é bem tranquilo. Muito difícil ouvir de alguém que sofreu com problemas como esse. A não ser nas ruas à cima, que já não é mais a Vila, nós achamos mais perigoso. Mas aqui é bem tranquilo, nos respeitam.
Vinicius Bruno da Silva
Tem lugares que estão em risco. Essa casa em frente mesmo está construída bem pertinho da fiação elétrica. A prefeitura, inclusive , barrou a pintura nela. Está bem em risco, como pode ver. A janela se encontra nos fios do poste.
Marcos Rafael Roque Guerra

percursos

analisar as distâncias das casas/moradores ao que se quer acessar, mobilidade (barreiras de mobilidade); mobilidade interna do bairro (ônibus, carro, bicicleta, a pé) e qualidade dos percursos (arborização, qualidade das vias, iluminação, menores distâncias).

Mariquinhas

A pé. É porque é perto.
Maria Ilsa
A alça de acesso aqui é fácil. Tanto faz para Santa Luzia, se você quer pegar a 381 sentido Espírito Santo, quer subir sentido São Paulo. Para mim, eu não não vejo dificuldade não.
Carlos Alberto
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É, a Estação daqui dessa loja que eu tô aqui até na estação aqui, no máximo, eu andando vou gastar uns 10 minutos até dentro da Estação.
Carlos Alberto
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Às vezes, um pega o filho aqui para ir passear na casa da vó ali na Avenida Brasília, mas não é lazer. "Ah, vamos almoçar com a avó domingo", então não é lazer. Lazer é igual eu criei meus filhos, eu tive condições de chegar e pegar meus filhos um domingo de manhã e ir lá no Parque Municipal, passar o dia lá, almoçar por lá. "Ah, vamos ali no Thiago, vamos na feira hippie, vamos no Parque da Mangabeira". Mas tem muita gente que não tem condições de pegar o menino às vezes e levar ali, naquele parquinho na Lagoa do Nado, porque o cara vai pensar que tem que levar um pacote de suco Vilma, um pacote com salame e um pano para colocar lá para fazer um acampamento para filha dele. Aí, às vezes, é preciso pagar um Uber, um ônibus, não quer saindo a pé por causa do percurso, então não tem lazer. Lazer é assim, você ficar aqui.
Carlos Alberto
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Se eu ando muito por aqui? Demais, ando muito.
Cândido Duarte
Eu vou nesse Move [para o Centro]. É porque é mais prático. Eu saio daqui, desço na Estação Vilarinho e pego lá, ou pela Cristiano Machado ou pela Antônio Carlos
Cândido Duarte
Ônibus, vou a pé, igual, vou a Venda Nova a pé, bom que faço caminhada né. Funciona [o transporte público], não tenho nada a reclamar não, tem tudo direitinho. Costumo ir mais a pé ou o ônibus. Em caso de emergência, chamamos o Uber, táxi né.
Sônia Rock Guerra
É um bairro que, pra locomoção é muito difícil, pegar ônibus é muito ruim. aqui não tem muita opção também se quiser fazer uma compra, quiser pagar uma conta, são poucas opções, a gente vai mais ali pra aquela da região de Venda Nova para fazer essas coisas. E pra transporte público também é assim.
Isac Cabral
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Ó tem ponto no bairro inteiro, só que parece que tem pouca escala as linhas de onibus, então o intervalo é muito grande de um carro para o outro entendeu, o horário de pico então é infernal? tem que esperar muito, não é bom não. Eu vou de carro.
Isac Cabral
Não, tem que sair do bairro. Pro Shopping! shopping Estação, que é também da região de Venda Nova, ou então ir bem pra mais longe ne! pros parques la, ai ja é região central.
Isac Cabral
Olha, eu sou delegado do CRTT, conselho de transporte de trânsito dessa parte norte. Dentre todas as reivindicações de moradias, eu fiz vários questionamento sobre o poder público e para você reclamar você tem que interagir com eles, por exemplo, eu sou delegado de políticas urbanas de Belo Horizonte, e também desse transporte e trânsito. No transporte hoje, no Mariquinha, hoje ele passa numa rua lá em cima, que eu fiz só Deus sabe o que para ele passar, por que? A política do SETRA e dos empresários hoje de locomoção sobre ônibus ela tem um roteiro pela BHTrans que ela tem tipo um contrato, ela não pode passar em vários lugares que senão sai do cronograma dele, então o que que eu fiz? Consegui passar dentro da favela o 736, é o circular, ele sai da Estação, ele passa no Etelvina, passa em uma via da favela e vai embora. A minha luta agora, olha para você ver que nós estamos desde 1990 e não temos aqui dentro um ônibus que é digno, já era para ter colocado, e eu lutei muito pra ter, só que o que que o poder público falou comigo? Quando eu falo poder público é as pessoas que trabalham nessas repartições que às vezes se sensibiliza com a luz da nossa luta e ajuda a como a gente conquistar. Então quando chegou, eu briguei demais com isso, a menina pegou e falou comigo: ?Carlos, você tem que fazer assim, assim, assim, assim?, e foi o que foi feito. Eu queria que o ônibus descesse a Barretos passasse na Vaqueiro de Búfalo e subisse a Serra Azul, e pegasse o itinerário dele normal, aí o que que ele fez, ele saiu de uma via (Praça dos Touros), passou na outra rua (Corrida dos Touros) e pegou a Rio Destino embora, então eu to lutando para ele descer aqui embaixo, porque aí eles falam: década de 80 o solo e a pavimentação que foi feita não foi feita para estrutura de um ônibus, aí ou seja, aqui passa Scania, aqui passa caminhão pesado, aqui passa tudo, e o solo é o mesmo então, eles usam disso, mas quando eu falei aquela parte dos empresário, os empresários, se ele mudar a rota, eles ficam com medo de n coisas, foi o que a reunião que eles me mencionaram [disse]: ?Carlos, presta atenção, hoje a periferia que você mora ela já teve muito pior sobre a criminalidade, como é modinha queimar ônibus, quem que vai assumir essa responsabilidade se eles queimarem um ônibus dentro da rua favela?? Da minha no b om sentido, da nossa. Eu falei bom isso aí quem tem que olhar é a polícia, não é eu. Eu preciso que você resolva o déficit de pessoas que estão ficando velha e não aguenta subir um morro pra pegar um ônibus, isso é que eu preciso resolver, agora sobre queimar, sobre destruir, sobre isso aí, aí a gente tem que monitorar a polícia, não é eu, eu to aqui litando. Então até hoje não foi feito nada sobre o transporte da Vila Mariquinha, a não ser essa parte que nós lutamos para desviar e passar em cima, mas não chegou aonde o déficit é mais, porque aqui nós temos hoje vários cadeirantes, então pega um rapaz de cadeira de rodas, você sobre um morro desse todo, é mais de 2 Km de morro. Então nós estamos lutando nisso ai mas nós vamos conseguir, fé em Deus, sobre o transporte.
Carlos
Olha, é um conflito né, mas Minas Gerais é uma cidade muito montanhosa e o que que é feito hoje sobre esses lugares e igual periferias mesmo, era colocar aqueles ônibus menores, né, circular o bairro, mas hoje nós não temos porque, como a fala passada, é uma briga sobre o poder público, né. O povo vê isso com muita dificuldade, mas eu acho que sobre o Mariquinha, sobre essas duas inclinadas, exceto as pessoas que são cadeirantes e se tem alguma sequela, né, mas para a gente até bom subir um tiquinho, né, soa, anda, né. Porque eu nasci em Brasília, Distrito Federal, então lá é planície total, quando a gente veio pra cá que eu vi a loucura, mas é bom, eu acho é bom, andar é bom. Acostuma.
Carlos
Ônibus, carro! O que tive na reta! Eu ando mais a pé, que eu adoro anda a pé.
Elisete Duarte
Mas aqui as coisas são tudo perto, quando você precisa ir pra casa de um amigo, assim. É tudo pertinho, é tranquilo.
Elisete Duarte
Ah ce pega o ônibus aqui e vai na estação, pega outro Uhum. mas eu não vou muito, eu quase não saio. mas tem Uber ai também, Uber leva a gente pra qualquer lugar. O ônibus perto assim de casa.
Elisete Duarte
Eu gosto de caminha pra tudo quanto é lugar. Não, não! Tem não menina, tem não. Tranquilo. Aqui por onde eu andei não.
Elisete Duarte
É a pé. Sai, sai sim. Tem o ônibus né, a gente pega um ônibus, agora Uber né que agora vem na porta, ai dá uma ligadinha e o Uber já vem aqui na porta, leva a gente [...] Então assim, se precisa um táxi, se há um acidente ou alguma coisa vem e chama o SAMU né, no caso de doença, essas coisas assim, então locomoção que nós temos é essa.
Shirley
Não, não. A gente tem que subir no comércio lá em cima, no bairro, pra poder pegar ônibus, que é o Juliana Não, estação, a gente pega, vai pra estação e é metrô ou outro ônibus, né, MOVE. Pra centro é, sim... Mas é nós vamos mesmo, o centro nosso mesmo é Venda Nova.
Shirley
Como eu faço basquete fora do bairro, eu uso bastante as linhas de ônibus daqui.
Marcos Rafael Roque Guerra

equipamentos-serviços

analisar a oferta (superestrutura) do território de equipamentos (educação, saúde, esporte e lazer, cultura), de comércio (principalmente o que se refere a bens de subsistência, como mercados, padarias, quitandas, hortifrutis) e de serviços que amparem as atividades cotidianas. No caso da inexistência destes itens, analisar quais são as “âncoras” do território (onde [e se] consome; onde [e se] tem lazer; onde recorre em casos de doenças; etc.).

Mariquinhas

Eu vou no bairro mesmo. Tem supermercado, sacolão.
Maria Ilsa
Tem uma pracinha. Duas pracinhas. Uma que fica na rua Corrida dos Touros, que é lá perto do posto, e tem uma lá na Cheflera. Tem, tem muita criança. Muita mãe leva, né, pra brincar.
Maria Ilsa
Tem um posto de saúde, mas é lá no Etelvina, que é da comunidade, daqui do bairro todo.
Maria Ilsa
Tem um bar aqui, o Bar do Peixe. A gente encontra muito os amigos lá.
Maria Ilsa
Com a precariedade que eu vejo aí, é as possibilidades do presidente da associação do Vila Mariquinhas e parceria como ele fala que tem as parcerias mas eu não vejo projeto dele em andamento, entendeu?
Carlos Alberto
O que eu vejo aqui a falta de saneamento básico, esporte e lazer, entendeu? Eu, às vezes, tiro aqui, eu somo aqui com os comerciantes, nos supermercado tudo, pedindo uma arrecadação para sempre tá fazendo evento das crianças, alugo uns brinquedos, coloco. Sempre tô fazendo, mas geralmente eu faço todo dia das crianças, no 12 de outubro, entendeu?
Carlos Alberto
E às vezes com uma "premiaçãozinha" assim, preciso para fazer uma rua de lazer com os meninos hoje eu chego na rua, coloco os cones e tô fazendo. E, às vezes, até passando acima das autoridades. Que eu conheço meus passos, trabalho com política, então, às vezes, eu sei que preciso do alvará para mim poder tá fechando a rua. Sempre quando eu tô fechando me passa uma viatura: "você tá fechando?"; eu tô fechando para mim fazer um lazer para as crianças que não tem.
Carlos Alberto
O transporte aqui é tranquilo. Nós temos duas linhas de ônibus aqui na porta, todas as duas faz ali, no Estação ali, né? E tem shopping Estação e dali o pessoal pode se deslocar para onde quiser. Tem o metrô, cara vai até em Betim. Então a disponibilidade é normal.
Carlos Alberto
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Não [tem opções de lazer no bairro]. Aí tem que sair do bairro, porque o bairro não tem lazer, não tem infraestrutura nenhuma.
Carlos Alberto
Não [tem ponto de encontro]. Mais é um campo de futebol que às vezes o pessoal reúne domingo. Mas é mais pessoas que já estão mais acostumado: os peladeiros né? Então não tem aquela, não junta um grupo aí bom que vai ter as crianças que vai poder brincar. Os cara vai lá e jogou futebol deles de domingo de manhã e acabou, acabou. Acabou o dia.
Carlos Alberto
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Às vezes, um pega o filho aqui para ir passear na casa da vó ali na Avenida Brasília, mas não é lazer. "Ah, vamos almoçar com a avó domingo", então não é lazer.
Carlos Alberto
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Eu imagino a respeito do Estação... Não, empreedimento não. Aqui geralmente cada um para si e Deus para todos. Porque eu vejo que cada um tá procurando alguma coisinha dentro de casa nem que for para vender chup-chup. Questão de investimento, emprego aqui... igual a padaria ali emprega 25 pessoas, o açougue ali tem uns três, o Supermercado Líder tem uns quatro. Então isso aí é uma coisa relativa entendeu?
Carlos Alberto
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É assim, minha esposa gosta muito de olhar promoção, né. Às vezes, ela olha uma promoção no BH, no EPA, as vezes ela dá uma ida lá pra comprar. Mas tem supermercado bom, tem o Diamantina aqui, Vem cá Ver, na rua ali Olheiro do Campo, logo em cima. É tudo pertinho. O Horta ali em cima, não é assim ruim de fazer com
Cândido Duarte
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Tem um campo de futebol por aqui, o senhor sabe se costuma ter jogo com frequência? Tem, tem um no final dessa rua ali. Lá direto tem jogo.
Cândido Duarte
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Esporte já tem, mas eu acho que é mais para os adultos, não tem para o jovem ainda. Eu não sei [o que tem para jovens]. Falaram muito do baile que tem aqui às vezes, baile funk... Sobre esse baile não tenho nada a comentar... eu só gosto do meu forró. Forró eu vou lá para o lado de Venda Nova.
Sônia Rock Guerra
Não, até que aqui tem [comércio]. Tem essa padaria, tem o supermercado Diamantina, está tudo pertinho, para quem mora mais lá para baixo, às vezes tem que sumir para cá, para fazer compras. É mais difícil para quem mora mais para baixo, mas para nós não, tudo é pertinho.
Sônia Rock Guerra
É no Jaqueline né [tem lotérica]. Fica muito cheio, compensa mais ir ali em Venda Nova, serviço ali é muito ruim. é mais rápido [ir para Venda Nova]... Eu sou prova disso, eu já fiz as duas coisas.
Isac Cabral
Perto tem coisa básica do dia a dia. Agora se você quer comprar um roupa, não tem no bairro, tem que fazer uma transação bancaria, o banco é la longe. Em Venda Nova.
Isac Cabral
A não! tem, tem sim. Futebol tem. Tem tanto no campo da Etelvina quanto no daqui do Mariquinhas. Futebol sempre tem. Essa é assim, uma parte mais forte... Futebol tem, nunca faltou não.
Isac Cabral
Não tem nada nas pracinha, fica tudo vazio, não tem nada. é, não tem infraestrutura, tem uns aparelhos la de musculação essas coisas, mas é fraco mesmo, você não vê ninguém sentado na praça. Não, tem que sair do bairro.
Isac Cabral
Olha, a escola sim, ela dá um papel muito grande, que nós estamos rodeados de duas UMEIS, no qual essa escolinha que é da comunidade ela não tem parte e ela não é custeada por nenhum poder público, ela é custeada por nós da comunidade mesmo, então a gente trabalha com pessoas voluntárias, pedagogas e hoje nós estamos fazendo uma reforma, né, pro isso não está tendo atividade, mas a escolaridade aqui é boa, são escolas pertos, são municipais, estaduais, né, exceto essa que é da comunidade, mas a escolaridade aqui é boa, não é ruim não.
Carlos
A parte da saúde, hoje nós temos um posto de saúde no bairro Etelvina, que é um bairro perto, são mais ou menos umas 10 quadras acima, que hoje está atendendo 12 mil famílias, então a saúde no nosso bairro é um caos, porque a população cresceu e cresce vegetativamente 7% ao ano e eles não tem um cronograma de atendê-los, vamos se dizer assim. Eu falo que o SUS hoje é uma coisa maravilhosa quando ele e você são atendidos, é uma coisa beleza, mas se você olhar para outro lado, é indigno. A semana passada, para você ter uma ideia, eu pedi uma companheira nossa de luta que ela morou na Igreja São José, no Mazagão, morou aqui no Mariquinhas, em frente à minha casa por sinal, então ela era uma pessoa muito caridosa, ajudava a gente e tudo, ela vê Deus e chamou ela para glória eterna e morreu. Tem 3 anos que a senhora morreu, quando foi semana passada o posto veio para tirar a unha encravada dela, ou seja, eles não têm um encaminhamento sobre pobre, o SUS hoje, não estou falando quem trabalham é o sistema como um todo, ela não tem um cronograma, que era pra ser feito, de acompanhamento à pessoa, não tem. Você chega lá morrendo ele fala ?novembro você vem aqui, vou marcar? mas o cara está morrendo. Não, aí o que tem que fazer pra funcionar? Como que funciona? Você entra, você pega um advogado do Estado, entra contra o SUS pro juiz estipular teu atendimento em 24 ou 48 horas, quando a pessoa não morre. Então irmão, é o Brasil todo, o SUS é um caos, no nosso lugar aqui é pior do que vocês imaginam, a verdade é essa.
Carlos
Olha, eu tenho a ideologia de gastar o dinheiro meu no meu bairro, mas é muito difícil a gente fazer isso, porque existe promoções de vários supermercados que na quitanda do lado que a gente mora não tem como a gente comprar se não ser urgência, por exemplo, eu não vou fazer uma compra em uma padaria, que lá tem tudo, então a gente olha essa parte do financeiro, que é pouco, então caça um lugar que é melhor, então hoje Venda Nova, tem vários Supermercado, então o básico a gente tenta gastar na comunidade, mas agora o grosso mesmo, que é a compra tudo a gente compra no Epa, no BH, nesses lugares.
Carlos
Olha, essa parte de infraestrutura de qualquer bairro, nós não podemos falar nada, questionar nada. Por que? Quando foi feito o Mariquinha, a primeira coisa que foi feito o saneamento básico, depois veio as ruas largas, depois veio toda a infraestrutura de um bairro. Então aqui hoje nós temos sinalizações de placas em via e pedestres, hoje nós temos coleta de lixo duas vezes por semana, nós temos água, que foram, na época, foi feito um mutirão entre a COPASA e a Cemig, que foram doado às famílias os padrões de água e de luz, então cada casa tem a sua dependência. Hoje a maioria das periferias são feitas de gatos, nós não assumimos isso, nós não queremos nada de ninguém. Então hoje o Mariquinha, se tiver, existe, a gente não pode questionar e generalizar que todo mundo é certinho, mas saneamento básico, rede fluvial, esgoto, água e luz, isso nós temos com abundância e muito bem feito.
Carlos
A não, aqui tem o shopping aqui, tudo perto.
Elisete Duarte
Não, não não! padarias, banco, tem aqui no Jaqueline, a casa lotérica, tudo aqui perto né. Aqui pertinho.
Elisete Duarte
tem a pracinha aqui em cima, tem pracinha lá em baixo. um tanto de pracinha pro ces terem ideia! pracinha pra tudo quanto é lado aqui. Aah funciona.
Elisete Duarte
O que que os menino gosta de fazer: vou fala a verdade? ooh (gesticula pessoa digitando no celular)
Elisete Duarte
Eu, agora eu to usando [a praça] que eu to fazendo caminhada. É, tem os aparelhos da prefeitura então... Faço no bairro, mas lá em baixo. Tem, tem [muita gente]! é que eu vou na base de seis horas, tem muita gente. e academia hoje em dia ta muito caro.
Elisete Duarte
Eu vou pra pra roça. Mas os jovens aqui... não sei? Fica tudo aqui ó: tomando açaí, engordando. Vocês tem que vim aqui num dia de sábado de tarde ou domingo a tarde, fica tudo lotado. gastando o que não tem também. "Es fica" muito ali na "biquera".
Elisete Duarte
A que eu saiba, não. Só tem uma amiga aqui que eu gosto de anda com ela, que eu ando pra cima e pra baixo? Tem muita gente que vale a pena e tem muita gente que não vale a pena.
Elisete Duarte
E, porque os comercio é tudo aqui, e essa aqui é a principal pra entra no bairro. Na pracinha e na sálvia aqui.
Elisete Duarte
Rua Sálvia
É, o comércio é logo aqui em cima né, o nome tá Juliana, porque aqui é Vila Mariquinha, Juliana, mas nós temos sim, tem a padaria, tem a mercearia, tem os bares, temos sim, nós temos.
Shirley
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A gente tem posto de saúde, nós temos, estamos precisando de outro, né O posto de saúde é lá no Etelvino, lá em baixo. Ai segunda eu fiquei sabendo que tão construindo outro próximo lá, mas até hoje eu não fui visitar
Shirley
E a UMEI nós temos aqui, na Goiatuba aqui, logo na esquina ali É, a UMEI subindo aqui direto, aqui na esquina. Dentro da Vila, logo ali na esquina. Jaqueline [onde tem escolas com ensino médio e fundamental], e nós temos o Inês Geraldo ali, que é no Juliana. Perto, pertinho.
Shirley
Todo mundo quer sair minha filha! Não precisa nem perguntar. O pessoal tudo quer sair! Ninguém gosta desse bairro não. Porque não tem um supermercado, não tem um banco 24 horas, não tem nada. Muito ladrão nos pontos de ônibus, tem só uma opção de ônibus e a linha não é boa aqui.
Raiza Carolyne Barbosa de Almeida
Nós sente falta de uns banco 24 horas, supermercado você tem que ir lá no Jaqueline comprar, porque um pacote de macarrão aqui é cinco reais.
Raiza Carolyne Barbosa de Almeida
Mais ou menos. Geralmente, quando saio, uso moto ou pego uber. Não uso muito a linha de ônibus.
Rosângela Rosa Pereira
Quando eu saio, são para questões de lazer mesmo, enquanto que os recursos básicos eu consumo os da região, dos bairros em volta, como o Jaqueline. É perto, da para ir a pé.
Rosângela Rosa Pereira
Ah, eu diria que falta um parquinho para as crianças. Além disso, o que tem não se encontra numa boa localização, já que fica perto das bocas de fumo.
Rosângela Rosa Pereira
Hoje nós usamos mais o Uber né. Tá compensando mais que ônibus, principalmente se usar com mais de uma pessoa
Vinicius Bruno da Silva
Bom, eu saio do bairro porque aqui é caro. Eu busco geralmente os supermercados maiores que são mais em conta, né. O bairro Jaqueline é bem próximo e nele consigo acessar esses comércios com peço melhor. Gasto no máximo 10 minutos de carro.
Vinicius Bruno da Silva
Ah, caminhadinha é a única coisa que ta tendo né (risos). Não temos muitas coisas aqui não. Tá em falta.
Vinicius Bruno da Silva
Bom, a não ser pelo posto de saúde que é de ruim atendimento. Inclusive, é ruim porque os médicos ficam frequentemente com medo das ameaças (ou por estresse) que recebem das pessoas e abandonam o posto. Então isso é bem ruim. Mas fora isso, ta tudo certo.
Vinicius Bruno da Silva
Não, aqui nós temos muitos comércios, como supermercados, a Horta, padaria e até mesmo o Shopping Estação que é bem perto e tem tudo nele. Acho que não [precisa de melhoria no comércio]. Os comércios nos abastecem de maneira satisfatória. Tudo que precisamos encontramos aqui na Vila.
Marcos Rafael Roque Guerra
Ah sim, todos os meus amigos moram perto. Estamos sempre nos encontrando aqui, além disso,estudamos juntos. O campo tem mais futebol, sabe. Mas são direcionados para os adultos. Não tem nada para nós jovens lá. Para eu fazer esporte, como o basquete, preciso sair daqui. Já para as crianças costumam haver eventos com brinquedos e tudo mais. Sobre os bailes e eventos que acontecem na área do campo eu não costumo ir.
Marcos Rafael Roque Guerra

ações

analisar a ação do morador no território, as interações das pessoas com o espaço construído, articulando-as aos usos, em caráter qualitativo; a ocupação do espaço público, se há ou não permanência e quais são as áreas que a comportam; como se dão os fluxos e que relação estes mantêm com os usos e atributos do local.

Mariquinhas

Não sei. A turma tá mais hoje é de frequentar sorveteria, é pizzaria. Igual, ali tem uma... à noite ferve de gente.
Cândido Duarte
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A rua que é mais movimentada é essa aqui mesmo. Praticamente você os carros vindo o tempo todo.
Cândido Duarte
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E ponto de encontro com os amigos e tal, você falou que se dá bem com os amigos. Cês costumam se encontrar em algum lugar pra conversar? Não... Tem um senhor aí de noventa e... vai fazer 94, ele andava demais, agora ele tá impossibilitado. Eu vou sempre lá conversar com ele, a gente fica com dó né. Gostava muito de bater papo, de ter amizade, agora tá lá no andador, não podendo sair, aí eu vou sempre lá conversar com ele. -
Cândido Duarte
Não [tem algum lugar que as pessoas costumam ir final de semana]. Eu sou evangélico, então eu vou na igreja.
Cândido Duarte
Ah, movimentada ela é. Uma coisa que se eu pudesse mudar, eu mudava esse trânsito aqui. Porque antes entrava lá. Quem vem do Jaqueline ou vai pra Venda Nova a maioria passa aqui, então fica muito congestionado, ao invés de eles entrarem por lá.
Cândido Duarte
Tenho um neto de 15 anos. Ele costuma ir com a turma da igreja, ele costuma... tem uma quadra subindo aí também. Às vezes costuma ir lá, ou lá no campo.
Cândido Duarte
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Meio de semana é trabalho! Quem estuda, estuda, Quem trabalha, trabalha e final de semana vão pra outros lugares... Aqui no bairro não tem nada. Nada,nada, nada. Uma pequena parte do bairro, não é todo mundo que gosta muito né, é nos barzinho, tem muito bar! Ai quem gosta, muito lugar é pago, quem gosta de beber vai pro bar.
Isac Cabral
Eu sou presidente da associação do bairro, eu sou líder comunitário, como se diz assim, né, sou presidente dessa escola que você está hoje, que foi feita voluntariamente pela comunidade pra fazer o que a gente e o poder público não faz. O que for poder público não está fazendo? - ou as vezes faz, mas não chega aqui em baixo - É fazer um espaço que o filho do pobre viva e usufrua dignamente de um espaço que tem que ser feito pelo poder público, mas não é feito.
Carlos
Hoje na Arquidiocese metropolitana no qual eu sou coordenador-geral de um projeto por nome "Pastoral metropolitana de sem casa MLous". O que que é "MLous"? Mudança da lei de uso e ocupação do solo, então nós lutamos por isso, por mudar as leis pra a gente qualificar as pessoas de baixa renda do direito que é dele. Então hoje a gente faz esse trabalho de ser humano, né, para qualificar a pessoa do direito que é dele e dentro disso tudo que a gente está mexendo a 30 anos de moradia eu vi até hoje um caos na moradia. Então hoje para falar de moradia, quem não entende sobre o que é moradia, ela vai se expressar indignamente sobre as vezes leis que eles nem conhecem, então mais ou menos baseado nisso ai o que a gente faz hoje.
Carlos
Até você chegar mora é "n" e uma coisas, por que? Os aglomerados infelizmente eles englobam de várias espécies, várias pessoas e de vários tipos, de várias etnias, de vários quereres e credos, então fica difícil você tentar fazer uma moradia digna quando chega o tráfico, quando a polícia não impera, quando a pessoa não qualificada ela entra para uma reivindicação e quando ela obtém aquele tão sonhado lá ele vende barato, troca por alguma coisa. Assim, 70, da década de 80 até para cá aconteceu mil e uma coisa dessa forma. Então hoje eu abro a boca para falar: eu sou a prova viva de um projeto que deu certo, e a Pastoral dos sem casa nesse movimento, até hoje que a gente ta assentando famílias. Deu um espaço de não assentamento, por causa das leis, mas nós estamos rompendo sobre emendas parlamentares, sobre várias coisas. Então, dessa década até hoje, de 88 a 90 foram, o assentamento desse acampamento, foi 4422 casas, fora os lugares que deixamos para praça, deixamos para fazer escolas e foram invadidos, foram ocupados. Raul: Viraram casas?! Viraram casas. Viraram moradias. Então, a gente tinha um projeto aqui na Mariquinha, na Vila Mariquinha, de deixar um espaço muito grande, que é essa parte ali, de fazer galpões profissionalizantes para os jovens adolescentes, mas aí o que que acontece, a necessidade da moradia ela veio muito tamanho e grande que o povo começou ocupar esses espaços, e o poder público, eles não têm uma política de habitação no estado e no município, não tem. Se eu falar que o estado hoje e o município ele tem um plano de habitação é mentira pura, eu não acredito nisso.
Carlos
Outra coisa que a gente hoje luta, e desde aquela época de 90 até hoje, lutamos no intuito de fazer moradia digna, não "apertamentos". Por que os "apertamentos"? Tem pessoas que fazem estudos, fazem faculdade, pós-graduação e jura que a verticalização é melhor coisa do mundo, não é, não é. Então nós lutamos por casas populares, terrenos, porque Deus deixou a terra para nós, então quando eu passo em várias reuniões que eles me chamam, eu sou palestrante de moradia de interesse social na PUC, então o que que acontece, eu falo isso em todos os lugares, se a gente puder expressar que desse mundo a gente não leva nada, até os governantes pensariam de outra forma sobre moradia. Porque a base da vida é uma moradia. Parte da sua vida, se você não tiver um teto você não é ninguém. 70% do salário mínimo ele vai pro aluguel (do pobre). Então por que que existe essas ocupações desgovernadas desde 90 até hoje? Porque o poder público não fez um combate sobre o déficit habitacional
Carlos
Tem a pracinha aqui em cima, tem pracinha lá em baixo. Um tanto de pracinha "pro ces" terem ideia! Pracinha pra tudo quanto é lado aqui. Ah funciona. Eu, agora eu to usando que eu to fazendo caminhada. É, tem os aparelhos da prefeitura então...
Elisete Duarte
Ah, as crianças que brincam aí Exatamente [é tipo uma pracinha], eu cuido, ai minha neta, as crianças no final de semana, tem uma piscininha aí que a gente joga ali, as crianças ficam brincando ali, só um espacinho pra as crianças brincarem mesmo.
Shirley
É sim, na praça mesmo, aqui olha, tem dias que de vez em quando né reunimos todo mundo aqui, principalmente finais de semana. É um tal de banho de mangueira, piscininha, aí vem um vizinho "Ô Shirley e aí vamos tomar uma?", "vamos", "vamos falar do vizinho?", "vamos né!", então o ponto de encontro que nós temos é aqui e lá em baixo no Carlinhos, na escolinha lá em baixo, que é era a escolinha dona Ivone. Hoje que tá tendo uma praça, eles estão construindo uma praça.
Shirley
Construímos a casa. Eu e minhas filhas. Na luta, ali
Shirley
Escolheu morar na Vila Mariquinha devido à proposta de emprego na padaria do bairro.
Rosângela Rosa Pereira
Eu fico bastante os recursos do bairro. Geralmente fico por aqui mesmo, estudo aqui perto e fico sempre por aqui mesmo.
Marcos Rafael Roque Guerra

fissuras

analisar a reação ativa dos moradores diante de eventos adversos, a presença de espaços de uso e manutenção coletivos (hortas, espaços de reunião, etc.) e quem os organiza (movimento social, associação de moradores, etc.); conquistas ou benefícios alcançados.

Mariquinhas

Aqui tinha associação, mas eu não sei se tem ela mais não.
Maria Ilsa
Com a precariedade que eu vejo aí, é as possibilidades do presidente da associação do Vila Mariquinhas e parceria como ele fala que tem as parcerias mas eu não vejo projeto dele em andamento, entendeu? Agora pouco mesmo vem fazendo uma quadra que não vai ser utilizada sendo que uma verba que a gente está gastando ali poderia investir em outra coisa: no saneamento, que tem pessoas dentro da Vila Mariquinhas que abre a porta da cozinha tem um esgoto a céu aberto a porta.
Carlos Alberto
Quando tem alguma dificuldade, vêm até a minha pessoa, como eu tenho acesso à Assembléia Legislativa, à Câmara Municipal e outras parcerias, né? Que eu tenho, que eu mexo muito com política, só trabalho como político, não tenho salário de político. Mas assim, eu tenho um passe sim, que as vezes que eu coloco alguém para poder se eleger, tá trabalhando aqui na na região, então se o cara foi eleito eu tenho direito tá lá, cobrar. Então, eu trabalho em cima do meu direito de ir lá e cobrar.
Carlos Alberto
A associação de moradores que pelo tempo que eu tô aqui eu nunca vi funcionar. Eu sei que tem, que tem uma creche escrito lá os projeto: "temos aula disso, temos aula daquilo", mas não existe, é fake news. Você entendeu? Não existe, porque, se fosse uma coisa, assim, que fosse bom para comunidade, bom para as crianças, não tinha um monte de meninos desencaminhando aí nas coisas ruins da vida, porquê? Porque eles não têm ocupação. Se eles tivessem ocupação, eles não iam se influenciar em outras coisas
Carlos Alberto
Temos essa Associação Comunitária que se encontra fechada. Ela não é aberta assim, eu não vejo ela aberta ao público. Eu chego nessa rua, nessa rua de lazer por minha conta, passando por cima das leis e com ajuda dos comerciantes que contribui com as coisas. Eu chego, tem uma padaria em frente, toda vez que eu vou fazer um evento para crianças, eu chego ali: "ó, tô precisando de uns pães", aí ele vai e me dá logo uns 500 pães, que dá para as crianças se alimentarem. Vou no supermercado, pego uns refrigerantes "pode dar para o chaveiro que ele precisar". Então, quanto aos comerciantes aqui, tudo, para mim é tranquilo que todo mundo ajuda, contribui na hora que a gente vai fazer uma rua de lazer, um evento das crianças aí.
Carlos Alberto
É boa [a relação entre os vizinhos], entendeu? Mas o que nós não temos, assim, é uma parceria com o poder público. Essa Associação vive fechada e, às vezes, pode chegar fins lucrativos que não vem a ser distribuído para comunidade. Não conheço, entendeu? Não reconheço isso aí. Eu não sei como é que funciona não. Mas só que se encontra fechado o centro comunitário e eles vem fazendo uma quadra igual eu falei pouco atrás, que é uma coisa que se a gente for rodar todas as comunidades de Belo Horizonte, do Brasil, se você for fazer, você vai conseguir contabilizar quantas quadras que o poder público vem aqui e faz uma quadra para lazer que não são utilizadas. Se você passar aqui hoje? Beleza, vão brincar 30 dias. No que der 60 dias, vai tá tudo ali tomado pelo mato, pelo lixo.
Carlos Alberto
Eu estudo muito esses negócios de assessoria, porque se tem um assessor para um deputado, para um prefeito, para um vereador. Para quê? Porque o vereador tá lá e não sabe do problema que tem ali na rua de baixo. Ele vai saber a partir do momento em que o assessor dele passar alí e fotografar aquele problema ali e for lá e levar para ele para chegar até o conhecimento do prefeito. Então, são muitas coisas que são desnecessárias. Isso aí, a gente tá vendo aí 24 horas, não só aqui em Belo Horizonte, mas no Brasil inteiro: muito dinheiro público desperdiçado, jogado fora entendeu? Então eu vejo isso aí.
Carlos Alberto
E isso aqui foi conquistado no dia... 22 de julho.
Cândido Duarte
Aí quando foi por o nome tinha duas associações, uma falou que o conjunto ia chamar 22 de julho, o outro líder comunitário pôs Mariquinhas, Conjunto Marquinhas
Cândido Duarte
Tem [associação de bairro]. Eu não tenho muito conhecimento não, mas eu sei que tem. Não [sabe o que eles fazem], eu fico vendo mais pelas redes sociais mesmo, eles posta muitas coisas, correndo atras das coisas pro bairro ai, agora que tem vereador aqui no bairro também eles tão sempre cobrando, correndo atras, de obra, essas coisa, mas eu não sei nem o nome direito de quem ta, mas eu sei que tem. A eu vejo eles correndo atrás mesmo, algumas coisas eles conseguem! Questão assim de pavimentação de rua, rede de esgoto, tinha um beco aqui no Mariquinha que quando chovia era terra, hoje você vai lá tá tudo arrumadinho, o povo corre atrás mesmo.
Isac Cabral
Eu sou presidente da associação do bairro, eu sou líder comunitário, como se diz assim, né, sou presidente dessa escola que você está hoje, que foi feita voluntariamente pela comunidade pra fazer o que a gente e o poder público não faz. O que for poder público não está fazendo? - ou as vezes faz, mas não chega aqui em baixo - É fazer um espaço que o filho do pobre viva e usufrua dignamente de um espaço que tem que ser feito pelo poder público, mas não é feito.
Carlos
Diz que tem uma associação la embaixo. mas eu não... já vi, mas.. conheço quem mexe só que eu não vou não. Agora não sei [o que eles fazem], faz um ano que eu moro aqui pra cima, quase não desço lá embaixo.
Elisete Duarte
Sim, tem reuniões lá, pra casas, né, coisa, é, me parece que vão montar agora uma escolinha de futebol, que essa praça que tá sendo feita ali, que é tipo uma coisa pra esporte, pra tirar as crianças do convívio, né, que eles falam, de alto risco, né, então eles tão fazendo essa praça lá pra isso. É. Essa praça tá sendo construída lá pra isso. Nossa e como! E põe positivo nisso! Nossas crianças estão precisando de lugar! Porque, assim, o integrado hoje em dia eles cortaram a maioria, né? Então quer dizer, a gente precisa de um espaço, de um lugar pros nossos meninos estar ali, que a gente pode ficar tranquilo. Todo mundo já se conhece.
Shirley
Pelo que eu to por dentro, que eu procuro ta... É, por que a gente sabe, por que igual tem uns menores infrator, igual o Carlinhos [presidente da associação de moradores] ele é coisa com a, lá no juizado da infância, como que fala, é que assiste as crianças... juizado, é! Ele ta com esse projeto e tudo. Até mesmo isso eu não sabia. Aí quando foi umas crianças, uns menores infratores tiveram que "coisar", então a gente ficou sabendo disso. Ele ta ai, ta pra ajudar a comunidade nessa questão. Aí que eu vim saber dessa associação, que até ai, pra mim eles só mexiam com o movimento de sem casa. Outras coisas, outros benefícios né. E que cresça maior, melhor, por que adolescente... É, e tem mais um ali fora, são três galpões. Assim, são um espaço bom demais! Se tivesse uma atividade maior, melhor pros meninos, coisa mais focada, igual tipo curso, né por que hoje em dia pra fazer curso aqui ce tem que ir pra fora, tem que ir pra Venda Nova, tem que ir pra outro bairro, tendeu? Aí o certo seria se tivesse um curso ali pra nossas crianças, nossos adolescentes.
Shirley

propriedade

analisar os processos de controle e comercialização das casas e seus agentes; conceitos de propriedade, meios de aquisição praticados, processos informais envolvidos, comercialização via imobiliárias; proprietários legais da área; incorporadores locais.

Mariquinhas

Casa própria. É grande porque são quatro casas que tem no lote.
Maria Ilsa
Tem luz, rede de esgoto. Desde que eu comprei lá, já tinha.
Maria Ilsa
A respeito aqui das moradias, a casa do senhor é alugada? Não, casa própria.
Carlos Alberto
Você que construiu ou você comprou? Construído, vem construindo ainda. Não acabei ainda não. Vai para os 10 anos que eu venho lutando. E sempre que dar uma folguinha no bolso, você vai lá e faz uns três ou quatro dias, porque ficar pagando pedreiro que é r$ 120,00 todo dia mais 70,00 para ajudante, é 200,00 todo dia, 10 dias é 2000,00 . Não aguento!
Carlos Alberto
Temos 84 moradores que, às vezes, precisa fazer um cadastro escolar de uma criança, para receber o bolsa família, que não tem endereço. Então, a partir do momento que ele tem uma conta de água, uma conta em nome, aí facilita as coisas.
Carlos Alberto
Mas tem muito lugarzinho que tem umas casas bacanas, tem pessoas que fazem um "predinho" de 4 a 5 andares aí, faz aquele monte de apartamentos para alugar. E também pessoas que chegou aqui com bairro começando. Aí era um outro padrão de vida, agora... entendeu? Eu sabia que esse moço do depósito, que ele tem três depósito na região. Mas quando ele veio para cá, isso era tudo mato. O cara ficava aí fazendo tijolinho de barro para vender, tanque de... entendeu? Então se hoje, você vê o cara com sucesso é porque o cara lutou
Carlos Alberto
É casa própria.
Cândido Duarte
Eu adquiri a casa aqui e vim pra cá
Cândido Duarte
Na época foi feito sorteio [para demarcação dos lotes] e eu corria tanto para pegar meu lote. Antes de fazer o sorteio, foi no bairro Ipiranga eu lembro na época, ai eu sempre pedia um lote de esquina, "Sônia, você é doida! Vai pagar dois impostos!". Aí no dia do sorteio o Paulo disse: "- Sônia, seu lote é o 16, quadra 90, é aquele lote de esquina." E realmente era esse local, o lote de esquina.
Sônia Rock Guerra
Comprada [o lote]. É. meus pais construiu a casa deles, eu construí a minha? Eu saí do aluguel tem 3 anos. 3 anos. Sim [era perto]. É no lote aqui da minha mãe mesmo. É o lote já era dos meus pais. Ai cederam um espaço pra eu construir. Bastante [modificou o terreno]. Porque eu construí na frente, você vê só a frente da minha casa, só que tem mais atras ainda. A do meu irmão e a da minha mãe no fundo, no mesmo terreno. Do zero. Esse "comodozinho" aqui [outra propriedade]. Antes eu trabalhava, eu era recepcionista de hotel.
Isac Cabral
pelo projeto que foi feito, todas as moradias de interesse social que elas são entregues para beneficiar a pessoa de baixa renda, ela não pode ser comercializado, ela não pode vender, não pode emprestar, não pode dar. Então a gente fez o plano específico do bairro, o que esse plano específico rege? Ele rege o título de propriedade, que tem hoje na lei do REURB, dentro de tudo aquilo que eu falei de moradia, que você tem que fazer todas as estruturas para depois colocar o pobre, na hora que você aceita aí o tipo de propriedade já chega na hora, você tem que entregar ele, é lei.
Carlos
Meu pai. Meu pai e meus irmãos [construíram a casa]. Lá tem dentista, pedreiro, e arquiteto.
Elisete Duarte
Meu pai tem casa de aluguel. Dono de uma.
Elisete Duarte
Ah eu gosto. Assim, pra mim morar em outro lugar, assim, como eu trabalhava de gari, então eu rodei Belo Horizonte, e aluguel você não mora num só lugar, né, você roda Belo Horizonte, lugares todos. Então assim, o melhor até hoje tá sendo aqui. É meu, não é aluguel, né, não tem aquela luta tanto, aquela coisa que a gente passou. Na conquista que nós tivemos no meio da invasão, desmatamento, esse negócio todo, e morar em barraco. Hoje eu to no céu! Minha casa ainda tá em fase de acabamento, porque na realidade a minha casa ia até lá na frente, ai a prefeitura entrou, há 4 anos atrás, pra fazer os calçamento, essa pavimentação né, de rua, então tirou a frente toda da minha casa, e eu fiquei só com daqui pra baixo, porque na realidade era pra tirar a casa toda, igual esse espaço do lado aqui, tirou duas casas daqui do lado, então eu dei preferência em continuar aqui, né, só com esse pedaço aqui.
Shirley
A minha casa a minha mãe trocou mesmo.
Raiza Carolyne Barbosa de Almeida
Alugada [propriedade do imóvel]
Rosângela Rosa Pereira

capacidade urbana

analisar a capacidade urbana (mesoestrutura) da área em assentar casas, presença/ausência e quais os meios/agentes de produção (poder público/autoconstrução), como são adquiridos os materiais e as formas de financiá-los.

Mariquinhas

Tem luz, rede de esgoto. Desde que eu comprei lá, já tinha.
Maria Ilsa
Igual eu tô te falando, no final da rua do Posto que é uma rua principal, onde que tem uma unidade de saúde, 100 metros de rua. A pessoa com a casa lá que você chegar ali dá um milhão na casa, eu sei que o cara não vai vender, porque vale mais. Eu conheço as estruturas, trabalhei com isso, mas aí 100 metros e o cara não tem água, não tem luz. O cara tem uma piscina boa na casa dela. Eu falo, porque eu entro na casa do pessoal, mexo com comércio então a gente vê as coisas. E o cara não tem 100 metros de asfalto pro cara entrar na casa dele, ai ele tava lá todo buracado, não tem um padrão de água, não tem uma padrão de luz. Então vai recorrer a quem, entendeu? O famoso gato. Eu acho que é uma coisa: que o ministério público não podia nem querer cobrar um cidadão desse, porque falta atenção da Copasa e da Cemig... Se a COPASA e a Cemig não atende, a gente tá numa metrópole aqui, não é interior. No interior, você passa sem luz, vai no Rio buscar. Mas eu tô na cidade, eu não vou fazer uma casa boa e vou ficar no escuro sem água.
Carlos Alberto
Mas para andar a pé dentro do bairro é tranquilo? Em questão das calçadas? Não, é tranquilo! É tudo certinho, tranquilo!
Carlos Alberto
Tem a urbanização das ruas. Que nem! Mas a questão das ruas que faz essa aqui que eu vou passar e vou ver e você vai passar e vai ver, mas talvez a rua de trás precisa de uma atenção.
Carlos Alberto
Eu conheço as estruturas, trabalhei com isso, mas aí 100 metros e o cara não tem água, não tem luz. O cara tem uma piscina boa na casa dela. Eu falo, porque eu entro na casa do pessoal, mexo com comércio então a gente vê as coisas. E o cara não tem 100 metros de asfalto pro cara entrar na casa dele, ai ele tava lá todo buracado, não tem um padrão de água, não tem uma padrão de luz. Então vai recorrer a quem, entendeu? O famoso gato. Eu acho que é uma coisa: que o ministério público não podia nem querer cobrar um cidadão desse, porque falta atenção da Copasa e da Cemig... Se a COPASA e a Cemig não atende, a gente tá numa metrópole aqui, não é interior. No interior, você passa sem luz, vai no Rio buscar. Mas eu tô na cidade, eu não vou fazer uma casa boa e vou ficar no escuro sem água.
Carlos Alberto
[Tem] Energia, água, tudo normal.
Carlos Alberto
Mas aqui o ponto de ônibus é logo aqui, então pra ir pro serviço fica tranquilo.
Cândido Duarte
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O que o senhor acha do bairro, das ruas? Olha, francamente eu não tenho o que reclamar não.
Cândido Duarte
Olha menina, a gente não precisa nem acender luz aqui. Esses postes tem uma lâmpada grande. A iluminação é beleza aqui.
Cândido Duarte
Todas as luzes funcionam? Funcionam.
Cândido Duarte
Tem, tudo direitinho [água e luz]. Nós pagamos direitinho, temos nossas contas, nosso nome, tudo direitinho.
Sônia Rock Guerra
Tem, todas [água, luz e esgoto]. Não [todas de concessionárias], tem gato também. Muito gato. Eu não sei viu? Porque o gato tá lá nas cargas. Não, problema de acesso não. Só chegar, se você olhar assim você vê. Mas tem [acesso], só que a pessoa não quer pagar a conta. Luz aqui chega em todo lugar aqui, não tem problema com isso não. Luz e água.
Isac Cabral
Tem sim [água e luz]. Tudo "arrumadim". É da Copasa e da Cemig. Aqui tem lugar que não vem conta não, tem o negocio do gato.
Elisete Duarte
Ah, "es" pega aqui nesse poste aqui e joga lá no fundo. Mas é porque a Cemig não põe o poste lá. Mas quem paga é "nois" né, que é iluminação publica. As "vez" tira os gato, "es" vai e coloca os gato de novo! Vão vivendo né. Tem gato de água minha fia, tem gato de luz, gato de internet, tem de tudo que "ce" quiser. Porque os caminhão não chega la pra instala os poste, é beco. Ai não tem como, ai "es" tem que fazer na base do gato.
Elisete Duarte
Tudo [tem água e luz]. Tem. Copasa. Tudo, tudo. Normal.
Shirley
Ah eu nunca tive o que reclamar não [água e luz].
Raiza Carolyne Barbosa de Almeida
Ah sim. Temos tudo direitinho [água, luz e esgoto].
Vinicius Bruno da Silva

capacidade natural

analisar a capacidade física (infraestrutura) do território em assentar casas; relevo: acidentado, vale, crista, plano, natureza (relevo, rios, matas, voçorocas, etc.).

Mariquinhas

Nós tivemos acompanhamento com engenheiro na época, sabe. Igual, meu lote mesmo era muito descaído. Na época eles ofereceram material para tirar a gente da lona, então a Urbel forneceu material para nós sair da lona né, cada um escolheu o projeto das casas, aí eles deram o material e nós tínhamos até que pagar esse material e começamos a pagar e depois acabamos não pagando. Pagamos a metade. Então eles acompanharam.
Sônia Rock Guerra
Não, porque eu vim aqui poucas vezes antes de ta pronto. eu morava do lado de lá, e eu vinha poucas vezes aqui.
Elisete Duarte
Aqui tem rio não minha "fia", só tem brejo, que é córrego, a mesma coisa. Lá embaixo tem um brejim lá... lá embaixo.
Elisete Duarte
Não temos nada! Isso que aborreceu a gente. Não ficou árvore nenhuma. Em época de calor... Igual pra você ver essa praça pelo menos uma árvore deveria de ter. Pelo menos uma árvore, por que, chega época de calor gente essas pedra elas esquentam, então o ar nosso até para, aquilo ali esquenta de uma tal maneira, você vê que nós estamos em volta só de concreto. Não. Começamos e a prefeitura terminou. Tinha duas que não poderia ser retirada de jeito nenhum que era patrimônio histórico né! Só como elas tavam colocando a vida das pessoas em risco e elas eram enormes, enormes! Isso aqui é cria delas que a gente guarda de lembrança. Aquele é um pedacinho da galha dela viu! Era isso aqui. Frondosa! Enormes! Tem altas fotos lindas dela lá. Quaresmeira linda, maravilhosa! Só que aí ­ ela enraizou toda, ela é toda enraizada. Como ela morreu, ela morreu sim, ela secou e acabou. Ela tava morta. Ela corria o risco de cair e sair puxando até mesmo a UMEI. Por que a raiz dela, ela é enraizada toda, até essa parte de cima, todinha, de lá, dos fundos. Então assim, eram lindas gente, era o nosso cartão postal era essas árvores. A lua quando saia lá atrás saia de dentro dela, era a coisa mais show que tinha. É o que nós tínhamos...acabou! Ces podem anda aqui dentro tudo que não tem árvore mais nenhuma, nenhuma. Tem uns quatro meses que tiveram que tirar ela. É recente.
Shirley
Córrego? Aqui não, só tem lá em baixo É na Via sim! Só que porém lá em baixo, do fundo da escolinha que eu to te falando, ali passa o córrego ali. Que é esgoto a céu aberto né
Shirley
Eu acho boa a estrutura. Só uma vez, anos atrás uma casa caiu que estava na encosta, mas tem muito tempo isso. Hoje não vejo problema nenhum.
Vinicius Bruno da Silva

articulações

analisar a continuidade tipológica e morfológica do território em relação à mancha urbana: contínuo integrado (território inserido na mancha urbana sem interferências das barreiras do meio físico ou antrópico), contínuo desarticulado (território inserido na mancha urbana que apresenta interferências das barreiras físicas ou antrópicas), descontínuo (território visivelmente desfragmentado da mancha urbana).

Mariquinhas

Porque aqui nós somos cercado pelo Juliana, Jaqueline, Etelvina Carneiro, Frei Leopoldo , Celestino, Xodó Marize , Clara Mãe. Então é tudo englobado a norte né.
Carlos Alberto
Não, é tudo tranquilo [conexão entre bairros]! É que às vezes eu não tenho uma coisa, eu não tenho uma opção aqui no bairro, aí eu vou lá no Jaqueline.
Carlos Alberto
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Se eu pegar essa Sálvia direto aqui, você vai sair na Avenida Brasília em Santa Luzia. Como semana passada, lá não era feriado e aqui era. Quase que pouca distância, final da rua aqui já é Santa Luzia. Aí você desceu ali, aí você vai para Jaboticatubas, Vespasiano, São José da Lapa, você tem alça de acesso.
Carlos Alberto
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A rua que é mais movimentada é essa aqui mesmo. Praticamente você vê os carros vindo o tempo todo. Por que ela vai com destino Floramar, Madrid ou Venda Nova. Às vezes o camarada passa aqui pra ir lá pro Risoleta.
Cândido Duarte
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Às vezes eu vou [para o Centro], não tô fazendo nada mesmo, não pago passagem.
Cândido Duarte
Só de vez em quando. Porque praticamente não tem necessidade de ir pro centro, Venda Nova tem tudo.
Cândido Duarte

lógica de ocupação

analisar a lógica de ocupação no território ao longo do tempo: aglomerado (sem projeto); parcelamento: loteamento; parcelamento: ocupação; conjunto habitacional.

Mariquinhas

Tem pessoas aqui no bairro com um poder mais aquisitivo melhor, que já mora aqui no bairro há muitos anos, que conseguiu ter uma casinha boa alí, mais três ou quatro aluguelzinho para poder sobreviver. Mas também é tudo na dificuldade, não foi nada fácil. Porque se for olhar daqui 30 anos atrás, as condições eram outras. Você tinha uma remuneração melhor. Então, eu não conseguia fazer uma casa boa ali, conseguia ter mais uns dois alugueis para mim pensar na minha aposentadoria. Então, o pessoal aí é o pessoal mais antigo. Então fizeram algumas coisas bacanas aí e estão de parabéns.
Carlos Alberto
Não, assim, quanto a quantidade [de famílias] não sei te falar certinho. Mas tem muito lugarzinho que tem umas casas bacanas, tem pessoas que fazem um "predinho" de 4 a 5 andares aí, faz aquele monte de apartamentos para alugar. E também pessoas que chegou aqui com bairro começando. Aí era um outro padrão de vida, agora... entendeu?
Carlos Alberto
Eu respondi em termos de estrutura porque, por exemplo, aqui cê via só as casinhas baixas. Aí puseram dois andares quase todo mundo
Cândido Duarte
Porque o terreno foi doado então as pessoas tinham que ocupar de imediato, né.
Cândido Duarte
Na época foi feito sorteio [para demarcação dos lotes] e eu corria tanto para pegar meu lote. Antes de fazer o sorteio, foi no bairro Ipiranga eu lembro na época, ai eu sempre pedia um lote de esquina, "Sônia, você é doida! Vai pagar dois impostos!". Aí no dia do sorteio o Paulo disse: "- Sônia, seu lote é o 16, quadra 90, é aquele lote de esquina." E realmente era esse local, o lote de esquina.
Sônia Rock Guerra
Ah, não sei te explicar não. A mais nova [ocupação do bairro] é o aglomerado que fica ali embaixo na favela. Favela mesmo. Lá embaixo. perto da pracinha la embaixo.
Elisete Duarte
É! ali é mais velho [ocupação do bairro] mas tem uma parte la que é também.
Elisete Duarte
Mais nova [ocupação da vila] é aqui em cima. Começou de baixo, então aqui é mais recente. Assim, em questão de pavimentação. Mas ao todo, foi tudo igual, a invasão foi tudo igual, pessoas foram indo embora, foram indo, foram vindo outras, outras e outras. Mas em questão de pavimentação, aqui é recente. Mas ao todo, o conjunto ao todo, a idade é a mesma.
Shirley

atributos

analisar a construção do território (tamanho das vias, tamanho dos lotes, número de famílias, tipo de edificação, materiais, adensamento).

Mariquinhas

Aí puseram dois andares quase todo mundo.
Cândido Duarte
Gosto (das ruas).
Cândido Duarte
Na época eles ofereceram material para tirar a gente da lona, então a Urbel forneceu material para nós sair da lona né, cada um escolheu o projeto das casas, aí eles deram o material e nós tínhamos até que pagar esse material e começamos a pagar e depois acabamos não pagando. Pagamos a metade. Então eles acompanharam.
Sônia Rock Guerra
Para fazer uma casa hoje, para colocar, para resolver o déficit habitacional, pra fazer o padrão, que é 200 metros quadrados hoje, de moradia de interesse social, a gente precisa de 800 metros, pra assentar uma família em 200. Então, ou seja, pra que 800 metros? São 200 para morar e os 600 dividir entre praças, ruas largas, lugares para fazer associações, posto de saúde, então é uma infraestrutura muito grande sobre até chegar os 200 metros. Então, como que eu posso te dizer hoje, teve uma parte da negociação, que é feito em todas as moradias, sobre o poder público. Por exemplo, a companhia da Cohab - companhia de habitação ? ela é feita para fazer casa. Se você chegar lá dentro você vai ver as fotos das casas populares. Hoje o ideal deles é fazer ?apertamentos?, por um motivo que a gente não aceita e também não quer, né, então, fazendo dessa forma a gente é o combate com a solidariedade popular organizada, colocando em consciência o povo para fazer isso que o poder público use o Mariquinha de espelho para fazer mais casas, então aqui é um espelho de moradia de interesse social.
Carlos
Ah, lote vago, tem não.
Elisete Duarte
Aqui tem as grande e tem as pequena. tem umas que tem dois comodo, tem umas que tem mais. "Aham", vários tamanhos.
Elisete Duarte

linhas de separação

analisar as separações físicas das casas e do território por cursos d’água e condições topográficas bem como antrópicas (sistema viário e controles de acesso e circulação - muros, cercas, câmeras, grades, etc.).

Mariquinhas

A relação com os vizinhos é boa. Moram aqui há bastante tempo, quase na mesma época que a gente veio.
Cândido Duarte
Olha, essa rua... porque daqui mais três casas pertence ao Conjunto Marquinhas.
Cândido Duarte
Alguém me pergunta onde eu moro, eu falo bairro Juliana. Mas na conta de luz vem Conjunto Habitacional Mariquinhas.
Cândido Duarte
O Mariquinhas é desse muro aí, vamos dizer assim, desse aí pra cá, não naquele morro lá não. Lá parece que é Celestina. Então um tanto aqui pra cima e um tanto aqui pra baixo é o Mariquinhas. Mas o nome da rua então vinha a rua de lá, Cheflera.
Cândido Duarte
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Não! Aqui é um bairro, ali é outro bairro, la embaixo é outro bairro, tudo assim.
Elisete Duarte